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Chuva (+18)

  • piluladepoesia
  • 24 de set. de 2020
  • 5 min de leitura

“Não conseguimos evitar a chuva”, pensei comigo mesma, encostada contra uma das pilastras do térreo aberto do prédio. A brisa revigorante da primeira chuva depois de 118 dias de seca absoluta trazia algumas gotículas de água até nossos rostos enquanto eu, de propósito, deixava meus pés encostarem em uma poça de água cristalina que se formara na superfície polida do piso. Victor pegou minha mão, seus dedos estavam frios, mas eu não me importei, ele colheu uma florzinha amarela do canteiro e me entregou. Em uma quarta-feira à tarde como essa, não havia ninguém no térreo, os adultos estavam trabalhando, as crianças estavam na escola e os poucos moradores que estavam em casa aproveitavam o frio recém-chegado embolados em grossos cobertores nos apartamentos acima de nós. Nesse dia, Victor e eu estávamos de folga, então, decidimos sentar no chão do térreo e observar o desenrolar da vida lá fora: os carros rodando, as mães empurrando os carrinhos de bebê, os estudantes entrando e descendo das vans escolares.


Um vento forte carregado de gotículas de chuva soprou sobre nós, me dando um calafrio e arrepiando todos os pelos do meu corpo, percebendo, Victor me tomou nos braço, respirando profundamente e me dando um beijo cheio de promessas. Os lábios dele estavam gelados, contrastando com a língua quente que explorava minha boca. Puxando-me para seu colo, Victor enfiou as mãos geladas na minha blusa, eu protestei, meio excitada, meio com frio, ele riu, esfregando os dedos pelo meu corpo.


Eu beijava o pescoço de Victor como quem conta um segredo: suave e prestando atenção aos detalhes. O som de pesadas gotas de chuva começando a cair não parou nosso pequeno atentado ao pudor, foi só quando um vento forte alterou o ângulo da chuva e a jogou para cima de nós que acordamos do transe. Rapidamente, a tempestade de primavera encharcou minha blusa e short, que grudaram na pele, delineando todos os contornos do meu corpo. O sutiã fino de renda não foi capaz de disfarçar meus mamilos endurecidos tanto mais pelos beijos do que pelo frio do banho de chuva. Victor levantou-se e me puxou consigo, espremendo-me contra a pilastra, ele segurava meu seio esquerdo na mão como se fosse sua posse mais preciosa na vida. De repente, ele me colocou sobre o ombro, e depois de dar um tapinha na minha bunda, fizemos um rápido rodopio na chuva, desequilibrados, quase caindo no chão molhado, rimos quando meus pés finalmente alcançaram o chão.


Segurando a mão de Victor com força, eu o puxei na direção das escadas para que voltássemos ao apartamento, ele me acompanhou de longe, descaradamente parando a cada dois degraus para observar o movimento dos meus quadris. Quando chegamos, ele me encurralou na porta, por trás, beijando meu pescoço. Eu abro a porta, quase caímos, o gato passa alegremente pelas nossas pernas e dá um miado de “olá”, mas não tenho tempo de apreciar a fofura, porque sou encostada imediatamente contra a parede, Victor esfrega a ereção contra a minha bund* e puxa meu cabeço de modo que sua boca encoste na minha orelha, seus lábios estão quentes agora e ele sussurra:

– Você é minha...


É menos uma declaração de posse e mais um pedido para que eu não o deixe, para que eu permita que ele desfrute do meu corpo.


Virando de frente, eu o beijo com vontade, passando as mãos pela lateral de seu corpo, numa tentativa de tirar a camisa molhada dele, com alguma dificuldade, consigo despi-lo sem que tenhamos que parar de nos beijar. Victor puxa toda minha roupa e lentamente a retira, deixando-me apenas de sutiã e calcinha, a bermuda dele deve estar desconfortável, porque ele mesmo a retira, agora temos uma pilha de roupa molhada no chão. Victor me devora com os olhos por alguns segundos, ainda estou encostada contra a parede, então ele apenas se ajoelha e encaixa a cabeça entre as minhas pernas, respirando profundamente o cheiro da minha excitação, ele abaixa minha calcinha e enterra a língua em mim, procurando meu clitór*s como quem descava um tesouro. Eu abro as pernas para ele no exato momento em que sua língua atinge o lugar certo e ele começa a me chup*r, enfio os dedos os cabelos castanho-claros dele, puxando o para mais perto, prendendo-o entre as minhas pernas, eu goz* ali mesmo, com as pernas tremendo, falhando em me segurar de pé e escorregando feito uma maria-mole na parede.


Victor sorri da situação, ele se levanta e me oferece a mão, mas os meus planos são outros, pretendo pagar na mesma moeda, permanecendo no chão, descarto meu sutiã na pilha de roupa molhada, pondo-me de joelhos, tomo a ereção pulsante na mão e lambo toda sua extensão, satisfeita ao ouvir a reação de Victor:


–Ah, caralho!


Eu adoro como ele solta esses palavrões quando sente prazer. Meus joelhos começam a doer e eu solto um choramingo, Victor percebe e me pega no colo, ele me coloca em nossa cama, com carinho e certo grau de admiração.


– O melhor b*quete da vida.


Diz ele com as bochechas ficando vermelhas. Recuperando a força em segundos, ele se deita ao meu lado na cama.


–Já que seus joelhos estão doloridos, eu vou te c*mer de ladinho...


Todos os pelos do meu corpo se arrepiam com essa proposta, ele se posiciona atrás de mim e segura minha garganta, de modo que possa me beijar. Sinto a leve pressão na entrada no meu corpo, mas é apenas uma ameaça, Victor continua a entrar parcialmente e a se retirar, ele sorri dos meus gemidos frustrados. Beijando-me com ferocidade, ele finalmente entra todo em mim, indo até o fundo, meticulosamente devagar e se retirando completamente depois. Victor repete essa manobra mais três vezes, parece absurdamente feliz com cada um dos meus suspiros de prazer quando o sinto entrar. Sem aviso, ele começa a se mexer de verdade, rebolando o quadril para frente e para trás, segurando um dos meus sei*s em uma mão enquanto brinca com o clitór*s com a outra. Sinto meu corpo tremer, estou tão perto. Após sentir as vibrações do meu orgasmo eminente, Victor segura minha cintura e começa a se movimentar com mais força, me preenchendo e respirando pesado quando meu sexo ordenha seu membro, eu grito o nome dele, delirante em meu orgasmo, mas ele não para, continua a me preencher. De repente, Victor sai de mim e sinto um líquido espesso se espalhar nos meus seios, abro os muito satisfeita, sentindo meu desejo se renovar, ele reconhece esse olhar, deita-se ao meu lado e começa a massagear meu clitór*s novamente. Recomeçamos nosso ritual de prazer, embalados pela sinfonia da primeira chuva da primavera batendo na vidraça do quarto, porque, se a vida se renova com o primeiro cair de água, o tesão é a força motora que garante a existência humana.

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Arte: Eromatica (@etomaticax). Reprodução/Instagram. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/B-SqjzrB-Dq/?igshid=1waebw4zleqxu>

 
 
 

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