Toque da brisa do destino (+18)
- piluladepoesia
- 27 de mai. de 2021
- 4 min de leitura
Uma brisa fria me envolveu e pareceu o toque do destino. Imediatamente olhei para baixo, onde minha mão se unia a de Henrique, nossos dedos entrelaçados me davam uma sensação de segurança e aconchego.
As luzes da cidade ofuscavam um pouco minha visão enquanto caminhávamos pela rua até o apartamento dele. As milhares de estrelas acima de nós indicavam um tempo limpo, sem possibilidade de chuva, mas havia um frescor no ar, o vento gelado jogava meus cabelos para trás e eu não sabia se os arrepios eram causados pela brisa ou pelos toques daquele homem singular.
Quando chegamos em frente ao prédio, Henrique para e me olha profundamente, como se sua alma pudesse comunicar algo à minha só com esse gesto, é uma mensagem de desejo, de fome, ele também sente a necessidade do corpo dele no meu. Ele está cansado, tem olheiras profundas, mas seus olhos castanho-claros continuam doces, eles têm um tom de âmbar: duas pedras de topázio imperial que capturam meu desejo direto da fonte. Henrique se aproxima de mim com delicadeza, abraçando minha cintura, desce do meio-fio da calçada para que fiquemos da mesma altura e, então, me beija. Sem avisos ou ensaios, simplesmente enfia os dedos no meu cabelo e toma posse da minha boca. Eu mordo seu lábio inferior e ele solta um som de apreciação, quase de pressa. O beijo se intensifica e Henrique me empurra contra um poste próximo, apertando o corpo contra o meu, sinto a ereção dele se delineando sob o tecido da calça e uma poça se forma em minha calcinha como reação, mas o celular dele apita, é uma mensagem de trabalho, a realidade nos chama de volta.
Entramos no prédio pela garagem, Henrique esqueceu alguns documentos dentro do carro, então, precisaremos fazer uma parada. O veículo abre com luzes piscando e o característico som das travas. Eu me recosto contra o capô e espero. Henrique volta com uma pasta de couro transpassada nas costas, ele se aproxima de mim e me segura com força pela cintura, empurrando meu corpo contra o capô. Quando nossas testas se encostam, eu o ouço suspirar, frustrado. Sua ereção desperta e arrasta consigo qualquer argumento razoável que eu possa ter, então, eu o beijo, mordendo o lábio inferior do jeito que ele gosta, deixando sua língua invadir a minha boca, quase como se fosse o pa* dele preenchendo a minha bocet*.
– Você beija como fode...
Digo com a respiração pesada. Sinto a boca de Henrique se alongar em um sorriso contra a minha. Eu o quero, mais do que jamais quis qualquer coisa na vida e quero agora. Henrique enfia os dedos no meu cabelo e me faz girar, agora, meu peito está contra o capô. Ele esfrega a ereção contra a minha bunda, me puxa para cima pelos cabelos e beija meu pescoço, sua barba por fazer pinica contra a minha pele. Ele morde o lóbulo da minha orelha e ondas de prazer são disparadas em mim quando ele encosta os lábios no meu ouvido delicadamente e diz:
– Eu vou te foder aqui mesmo.
Henrique levanta a minha saia e começa a brincar com meu clit*ris, eu estou molhada, então ele colhe minha lubrificação e usa para deslizar o dedo médio para cima e para baixo, com delicadeza. Eu espalmo as mãos sobre capô do carro em busca de algum apoio para o prazer que me consome. De repente, Henrique introduz dois dedos em mim, forçando-os contra a parede frontal do meu sexo, enquanto continua a brincar na parte mais sensível com a outra mão. Eu explodo em um orgasmo, soltando um grito abafado por com um beijo. Viro-me de frente, desfaço o botão e o zíper da calça dele. Abraço seu membro com a mão, fazendo um suave movimento para cima e para baixo, só o suficiente para fazê-lo choramingar de vontade. Ele está tão excitado que está latejando e escorrendo gotas precipitadas de prazer. Colocando-o para fora, colho uma dessas gotas e a uso para massagear a glande: com o polegar, faço círculos na pele sensível e fico muito satisfeita de ouvir alguns gemidos frustrados. Henrique solta um som primal, me segurando pelos cabelos novamente, ele me faz ficar de costas, com minha saia já levantada, ele tem apenas o trabalho de abaixar a calcinha.
É a cena mais erótica da minha vida: estamos parcialmente nus em uma garagem deserta, meu peito contra o capô do carro, minhas mãos espalmadas perto do para-brisa e Henrique entre as minhas pernas, provocando, entrando só um pouco e se retirando, pincelando seu membro rígido para cima e para baixo na entrada úmida do meu corpo. A sensação de perigo, da possibilidade de sermos pegos, só aumenta o desejo.
– Por favor...
Sinto as palavras escaparem da minha boca.
– Por favor, o quê?
Pergunta de maneira quase cruel.
– Me f*de...
– Seu desejo é uma ordem.
Ele finalmente entra em mim, cada centímetro bem fundo no meu corpo e na minha alma. Henrique segura meus cabelos e cintura com firmeza, as mãos trabalhando para me manter no lugar, vez ou outra, ele intercala uma estocada com um tapa leve na bunda. Eu sinto as vibrações do nosso sex* em todo metal do carro, sinto a respiração de Henrique ficar pesada, sinto-o começar a suar, fazendo seu perfume exalar ao meu redor, mas ainda não é suficiente. Eu me viro de frente e me deito sobre o capô, a perna esquerda dobrada para cima contra o para-choque, de modo a ficar totalmente aberta para ele. Henrique geme e me beija com sofreguidão, eu levanto o quadril para melhorar o ângulo e ele entra em mim ainda mais fundo, movendo os quadris em um rebolado que acerta todos os meus lugares mais sensíveis.
– Olha para mim...
Eu peço com lascívia pura na voz e ele abre os enormes olhos cor de âmbar para mim. Goz*m*s juntos, no exato momento em que nossas pupilas dilatadas se encontram. Henrique permanece dentro de mim e me faz um cafuné até as batidas dos nossos corações estarem mais controladas. De repente, um brilho de farol nos desperta do transe. Rapidamente, ajeitamos nossas roupas e cumprimentamos o vizinho que acaba de chegar. Rindo feito loucos, subimos as escadas até o andar dele, sentindo o toque do destino em cada leve brisa noturna que consegue penetrar pelas janelas do prédio e pelas frestas das nossas almas.

Imagem: reprodução/ Instagram. Autoria: Lucas Santos (@sadist_poet). Disponível em:<https://instagram.com/sadist_poet?utm_medium=copy_link>
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