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Chuveiro (+18)

  • piluladepoesia
  • 1 de out. de 2020
  • 4 min de leitura

Meus músculos doloridos relaxavam sob o calor da água quente, o vapor envolvia meu corpo nu e o cheiro de lavanda do shampoo perfumava tudo ao meu redor. Depois de um longo dia de trabalho, não há nada melhor que um banho, com esse pensamento em mente e um peito cheio de saudades, desenhei um coração no vidro do box embaçado e, como uma adolescente, coloquei as iniciais dele e as minhas dentro, sorrindo do meu próprio sentimentalismo. Lá fora, gotas de uma chuva fria caíam pesadamente, me fazendo permanecer no calor do chuveiro por mais tempo que o necessário.


De repente, uma lufada de ar frio entra no banheiro, virando o rosto, meio contrariada, vejo que ele chegou. Um sorriso se forma nos meus lábios, ele está nu, parece ter a intenção de se juntar a mim no banho. Fechando a porta atrás de si com um sorriso maléfico, o homem que eu amo se coloca dentro do box, me empurrando contra a parede do banheiro e me beijando com fome enquanto a corrente de água continua a se derramar sobre nós. Somos um emaranhado de gente: braços e pernas entrelaçados, bocas fundidas, suspirando em uníssono o deleite que encontramos no corpo um do outro. Sinto as mãos dele se apossarem dos meus seios ensaboados, com delicadeza, ele os acaricia e observa minhas reações, jogando água sobre mim para lavar o sabão, ele abocanha meus mamilos, brincando sob a água quente que lhe bate nas costas. Meu corpo começa a arrepiar, tanto pelo frio de estar fora do chuveiro, quanto pelo prazer dos carinhos dele.


Ele percebe minha tremedeira e me puxa para junto de si, sob o chuveiro, acariciando meus cabelos molhados que se entrelaçam em seus dedos e braços. A carícia muda de repente, os dedos antes suaves, penetram meu cabelo segurando com força, me fazendo girar nos calcanhares. Para não cair, apoio as mãos no box. Volto meu rosto para ele, mas seus olhos estão fixos em outra coisa, ele fita o coração com nossas iniciais que desenhei mais cedo e um sorriso doce toma conta de seus lábios quando ele finalmente olha para mim. Sempre me impressiono com a habilidade que esse homem tem de ser terno e devasso ao mesmo tempo. Segurando-me pela cintura, ele me beija o pescoço, é um pedido de permissão. Eu gemo e arrebito o quadril, não precisamos de palavras para nos entender, nossos corpos já se conhecem, nossas almas já dançaram juntas outras vezes, sempre sob a mesma sinfonia de gemidos descontrolados, sempre sob a mesma valsa de suspiros deleitosos.


Ele começa a massagear meu clitór*s com os dedos da mão direita, a água quente segue o caminho do seu braço e encapsula meu sexo entre o calor e o prazer. Tento agarrar algo para me manter lúcida, mas minhas unhas arranham o vidro enevoado, não encontrando apoio. Gemo mais alto, ele sorri e morde minha orelha, aproximando sua ereção pulsante da entrada do meu corpo, entrando um pouco e se retirando, rindo da minha frustração.


O vapor que antes tinha o cheiro do meu shampoo de lavanda, agora me envolvia com um perfume masculino e familiar, eu tinha dado esse perfume a ele no natal e, todos os dias antes de ir trabalhar, ele passava e me abraçava. Nesse momento, a água parecia ter lavado o perfume de sua pele e suspendido o odor no vapor, amplificando o meu tesão. Depois de muita provocação, ele finalmente mete, a sensação de receber aquele o pa* inteiro em mim é indescritível. Ele começa a se mexer, para frente e para trás, me preenchendo fundo e com força, ainda massageando meu clitór*s, eu goz* gritando o nome dele, com minhas mãos escorregando no vidro, quase perdendo o equilíbrio. Os dedos dele arranham a minha coxa e eu seu que ele está perto também, então, me ajoelho sob o chuveiro, de olhos fechados, confiando nele plenamente. Ele goz* no meu rosto com um urro animalesco, xingando:

– Caralho! Eu te amo! Gostosa!


Ele me ajuda me levantar e, com um abraço, me coloca para fora do chuveiro, meu corpo pinga e forma poças no tapete, mas ele me envolve com uma toalha macia, com muito carinho, ele esfrega a toalha por todo meu corpo, acariciando toda pele sensível. Quando já estou seca, pego outra toalha e faço o mesmo com ele.


Saímos do banheiro abraçados e apaixonados. Me sento na cama, pego uma escova e começo a desembraçar meu cabelo. Ele se senta atrás de mim, para minha mão no ar, pega a escova para si e começa a me pentear com muito cuidado. Eu relaxo naquela posição, sentindo seus dedos e a escova acariciarem a minha cabeça. Sou apenas sensação e prazer, meu corpo e mente estão relaxados e satisfeitos. O único pensamento concreto que consigo formar nesse memento é o de que existe apenas um coisa mais íntima que fod*r no chuveiro: pentear o cabelo de alguém.



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Foto: reprodução / Instagram. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/CQBchFBNbyN/?utm_medium=copy_link>

 
 
 

1 Comment


Marília Santos
Marília Santos
Jun 18, 2021

Os seus contos alimentam a minha imaginação de uma forma indescritível. PERFEITO🖤🖤🖤

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