top of page

Festa de aniversário (+18)

  • piluladepoesia
  • 22 de abr. de 2021
  • 6 min de leitura

Minhas costas doem, ando estressada demais esses dias, o escritório em que trabalho está cuidando de um processo muito complexo e eu tenho dormido pouco e trabalhado muito. Leves vibrações contra a mesa de madeira chamam minha atenção e me distraem do relatório que estava escrevendo. A tela do celular pisca sem parar, recebendo as mensagens que Helen, minha melhor amiga, envia em sequência. Combinamos de ir a uma festa hoje, é o aniversario do Beto e Helen é completamente apaixonada por ele. Beto era amigo de infância do Tiago e eu havia conhecido ambos na época da escola em um projeto social que nossos colégios se juntaram para fazer. Para encurtar a história: eu e Tiago nos beijamos, eu me apaixonei. Nada demais, coisa de adolescente, mas, mesmo depois de cinco anos, era desconfortável encontrar com ele, sempre pairava uma energia sexual no ar e olhares de desejo que arranhavam a fachada de orgulho que tanto lutara para construir.


Depois de 40 minutos em um vagão de metrô lotado, Helen e eu chegamos a uma casa cheia de gente que, aparentemente, não era do aniversariante, um dos amigos tinha cedido o ambiente para o evento. Beto fica vermelho ao pousar os olhos sobre Helen, ele nos recebe com duas cervejas, o que me faz dar graças aos céus, porque beber sempre me ajuda com dores musculares, mas depois de dez minutos com eles, percebo que estou sobrando e, para facilitar as coisas, decido dar o fora. A festa está concentrada na garagem, não há ninguém na sala. Talvez eu nem devesse estar aqui, mas já bebi duas latinhas de cerveja e minha resistência não é exatamente alta, preciso ir ao banheiro. Na tentativa de achar a porta certa, passo por uma mesinha com alguns porta-retratos que contêm fotos de Tiago com os pais e os irmãos. Me aproximo para olhar melhor e constato, com pesar, que esta deve ser a casa dele. De repente, uma sensação quente se apodera de mim e eu sinto meus pelos se arrepiarem de prazer, não preciso vê-lo, meu corpo sente a sua presença.


– Perdida?


Pergunta Tiago com certa diversão na voz, me encarando com malícia, enquanto eu sinto todo meu sangue ir para as bochechas. Por que ele tinha que me pegar bisbilhotando?


– Eu estava procurando o banheiro...


Tiago indica a porta à minha esquerda, eu me recomponho o suficiente para balbuciar um agradecimento. Fico no banheiro mais do que o necessário, esperando que ele tenha ido embora, uma vez que, depois desse encontro acidental, minhas pernas parecem ser feitas de gelatina. Quando finalmente saio, ele ainda está lá, apoiado no sofá numa pose descontraída, bem de frente para mim.


– Achei que você tinha morrido lá dentro.


Eu consigo sentir que meu rosto ficar mais vermelho. Decidida a não me deixar abalar, caminho firmemente em direção à porta fechada da sala, mas ao passar por ele, sinto sua mão se apoderar delicadamente do meu braço.


– Espera, Bel. Eu sou estava brincando. Você está bem? Está esquisita.


Automaticamente, levo as mãos ao rosto, procurando algum resquício de maquiagem borrada.


– Não, você está linda. Eu quis dizer que está andando como um robô.


– Semana estressante no escritório, estou com dor nas costas. Não se preocupe, mais umas duas cervejas e eu vou estar nova em folha.


O sorrisinho que ele dá parece legitimamente preocupado.


– Se está com dor, senta um pouco no sofá. Eu pego uma cerveja para você.


Eu tento para recusar, mas ele vai até a geladeira, pega duas latinhas e me entrega uma. Eu devo ter parecido confusa, porque ele logo se justifica:


– Tinha cerveja aqui, seria contraproducente ir até lá fora, sem falar que eu gosto da sua companhia.


Dou de ombros, sento no sofá e começamos a beber e conversar. Devemos estar gargalhando juntos há pelo menos uma hora quando Tiago oferece:


– Eu fiz um curso de massoterapia, posso te fazer uma massagem.


A essa altura e com umas seis cervejas na cabeça, eu já liguei o “foda-se”, então aceito e me deito no sofá, com a cabeça sobre uma almofada fofinha. As mãos dele são quentes e macias, ele aperta meus ombros e faz movimentos suaves com os dedos, é tão prazeroso, eu me sinto grata, mas sinto algo além disso, sinto meu corpo me trair, sinto a umidade se acumular, sinto meu clitóris inchar. De repente, os lábios dele estão no meu ouvido, seu hálito é fresco, cheira a cerveja e me arrepia inteira.


– Sabe, teria mais efeito se você tirasse a blusa, pode fazer isso no meu quarto.


Ele diz isso acariciando a minha bunda, devagar, como um pedido de permissão. Eu me viro para cima, nos encaramos por alguns segundos até que eu o beijo, deixando minha muralha cair, brincando com a boca dele, deixando que ele explore a minha e mordendo seu lábio inferior com delicadeza. Sinto as mãos dele passarem por baixo de mim e, subitamente, estou em seu colo, sendo carregada para o quarto. Com um sorriso cúmplice, ele me inclina para baixo e eu pego as duas latinhas que ainda não tínhamos bebido. Já no quarto, ele me pousa sobre a cama e eu coloco as cervejas na mesinha de cabeceira. Tiago se vira e tranca porta.


Eu quero chocá-lo, então, no tempo que Tiago leva para voltar os olhos para mim, já estou sem a blusa. Funciona, ele realmente parece chocado. Para e observa meus seios expostos, mordendo o lábio com um sorriso cheio de promessas.


– Pelo menos me dê o prazer de tirar essa calça de você...


Ele me puxa para que eu fique de pé, e suavemente se abaixa, levando a minha calça junto, quando termina, faz um gesto com o dedo indicador para que eu me vire.


– Você tem a bund* mais linda que eu já vi.


Diz, antes de dar leves mordidas na nádega esquerda. De repente, Tiago espalma a mão e dá um tapa certeiro que faz meus instintos aflorarem. Me viro para olhar fundo em seus olhos e tirar-lhe a camisa. Com os braços ao redor dele, acaricio suas costas e beijo seu pescoço, descendo para o peito, sentindo a pele dele se arrepiar sob o meu toque suave. Fico de joelhos e ele me encara, respirando pesadamente. Desfaço o botão da calça dele e puxo toda a roupa que está entre nós. Ele está duro e pulsante, então o tomo na boca até a garganta, de uma vez, sem rodeios ou preparações. Quando começo a mover a cabeça para frente e para trás, sinto as pernas de Tiago falharem, mas não tenho misericórdia, continuo a apertá-lo entre meus lábios, massageando com a língua. Ele enfia os dedos nos meus cabelos e puxa para cima para que eu fique de pé.


– Senta aqui...


Antes que eu possa esboçar alguma reação, ele abre uma das latinhas de cerveja, me entrega e se posiciona deitado na cama. Eu dou um gole na cerveja, passo uma perna por cada lado da cabeça dele e relaxo. Ele me toma na boca, sugando e introduzindo dois dedos em mim com uma sincronia perfeita, ao mesmo tempo que me apoio com a mão direta na parede e levo a cerveja aos lábios com a esquerda. Um pouco depois, ele retira os dedos e os usa para abrir o meu sexo e me expor totalmente. Com delicadeza, Tiago circula com a língua. Eu gozo intensamente, soltando um grito, que com certeza foi ouvido lá fora. Ele se levanta com um sorriso maléfico, me puxando pelos quadris até a beirada da cama e depois me virando de costas. Sinto a respiração dele no meu ouvido.


– Eu vou te c*mer de quatro.


Essas palavras fazem minha lubrificação escorrer pelas pernas enquanto me posiciono sobre os joelhos e as palmas das mãos. Sinto a ausência de Tiago por cerca de dois segundos, depois o som de um pacote de camisinha sendo rasgado, quando volta, ele se posiciona atrás de mim, segura meu cabelo com a mão esquerda, acaricia levemente meu sexo com a direita e encaixa a ereção na abertura encharcada do meu corpo. Ele não entra em mim, fica parado observando, movimentando o quadril apenas o suficiente para me arrancar suspiros.


– Você quer?


O filho da puta vai me torturar e eu não consigo resistir à provocação.


– Quero...

– Então pede...

– Me c*me... por favor...

– Seu desejo é uma ordem.

Sem aviso, ele me penetra por inteiro. Meu corpo se arrepia quando ele acerta o fundo, se movendo com pressão. Eu interrompo sua movimentação com a mão.


– Está tudo bem? Eu te machuquei?


Eu me levanto, fico de frente para ele, sua expressão preocupada se converte em um sorriso quando eu o empurro para a cama.


– Minha vez...


Digo, sorrindo maliciosamente. Ele apoia as costas na parede e eu me sento em seu colo. Encaramos um ao outro por um momento, e então eu começo a descer, recebendo-o inteiro. Usando os joelhos para me movimentar para cima e para baixo, passo os braços ao redor do pescoço dele para ter apoio.


– Olha para mim.


Tiago comanda de maneira firme, enquanto acaricia meu clitóris com o polegar da mão livre. O encontro das nossas pupilas dilatadas é a minha perdição, gozamos juntos, meu sexo contraindo e relaxando ao redor do dele, ordenhando todo prazer de sua ereção. Quando abro os olhos novamente, nossas testas estão coladas, respiramos em sincronia, sentindo o coração um do outro em um abraço febril. Com um beijo, selamos o acordo: o passado não existe mais, o que importa é daqui para frente.



ree

Imagem: Raffaele Marinetti (todos os direitos reservados). Reprodução / Instagram. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/CLH2EvnB39o/?igshid=1j79629561jwj>

 
 
 

Comments


© 2020 Pílula de poesia

bottom of page