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Presente de aniversário (+18)

  • piluladepoesia
  • 29 de abr. de 2021
  • 6 min de leitura

Eu enchi o celular da Bel de mensagens, mas não podia evitar, eu estava ansiosa para o aniversário do Beto e não conseguia pensar em outra coisa. Eu gosto dele há tanto tempo, mas nós dois não somos como a Bel e o Tiago, a timidez nos impede de expressar esse interesse de maneira mais explícita. Quando chegamos à festa e Beto imediatamente nos recebeu com cervejas, eu percebi que, assim como eu, ele tinha decidido ir em frente com esse flerte esquisito e (muito) longo que nós temos, mas, sendo quem é, Beto não conseguiu falar muito com a Bel por perto, felizmente, ela entendeu o recado e foi ao banheiro e eu torci mentalmente para que ela encontrasse o Tiago, aqueles dois tinham muita coisa para resolver.

Assim que ficamos sozinhos, Beto começou a ficar mais solto, desconfio que as cervejas ajudaram, porque me ajudaram também. A razão de Beto e eu termos essa timidez é o fato de sempre tocarmos em assuntos que muitas pessoas não acham interessantes, dessa vez, parecemos estar focados em literatura e arte.

– Estou escrevendo alguns versos para uma coletânea de poetas que vai ser publicada em janeiro.


Eu sempre adorei o lado poeta de Beto, então prossigo no assunto.


– Eu adoraria ler alguns dos seus versos. Você sempre guarda muito segredo a respeito deles, mas o pouco que eu li, sempre foi cativante.


– Eu acho que a escrita de uma pessoa é sempre um reflexo da alma dela, mesmo que não seja autobiográfico, um pedaço de você e do que acredita está sempre lá, talvez por isso, eu tenha certa resistência em mostrar meus poemas, mas estou tentando mudar isso.


Dou um sorriso encorajador.


– Concordo com você, Beto. Acho que todo poema ou texto é um quebra-cabeças da

alma do escritor, aguardando alguém que consiga juntar as peças.


O sorriso que ele deu naquele momento seria capaz de iluminar a cidade inteira, bem, talvez não a cidade inteira, mas EU acendi em resposta a ele, tudo em meu corpo pareceu aumentar em temperatura e umidade, então, tomei mais um gole gelado de cerveja.


Uma brisa suave passou entre nós, mas não foi capaz de aplacar o calor da seca, tão característica de Brasília. Mas, ironicamente, naquele momento, eu estava contribuindo significativamente para o aumento da umidade relativa do ar: a proximidade de Beto (e desconfio que a quantidade de bebida que eu consumi) estavam me fazendo ficar muito molhada por entre as pernas. Ele pareceu notar, segurou uma mecha do meu cabelo e a colocou atrás da minha orelha com muita delicadeza, entretanto, o gesto terno só fez aumentar o meu desejo.


– Você parece um pouco vermelha, Helen. Quer ir para um lugar mais tranquilo?


A música alta e a quantidade de pessoas ao nosso redor pioravam meu estado de nervos, então seguimos em direção à porta da casa, Beto mal abriu e eu pude ouvir as vozes de Bel e Tiago lá dentro, pareciam estar rindo, então decidimos não atrapalhar. O rosto de Beto se iluminou por um momento, como se estivesse tendo uma ideia.


– Eu sei de um lugar melhor. Vem comigo.


Nós dois atravessamos a multidão e chegamos ao fundo da garagem, lá havia uma porta de metal, Beto a abriu e me convidou para entrar: dei de cara com um corredor que levava para uma piscina. Passando a chave e trancando a porta, Beto seguiu adiante e se sentou em uma das espreguiçadeiras acolchoadas que jaziam em frente à agua, me sentei ao lado dele. A piscina era iluminada e brilhava em um tom neon de azul, a área era descoberta, o que a deixava mais fresca.


– Você quer ouvir um dos poemas? Eu tenho alguns nas notas do celular.


Eu faço que sim com a cabeça e, corando um pouco, bebo mais um gole da minha cerveja para desviar o olhar dele. Beto bota o celular na altura dos olhos e começa a declamar:


“Num par de olhos cor-de-mel,

Escondido está um pedaço do céu.

Levantando o véu da timidez, há suavidade em sua nudez.

É vinho tinto sua excitação, em sua face corada pinto tinta de perversão,

Perversão que desejo despertar, para nos meus braços, tê-la nua e fazer lar.”


– Beto, é lindo!


Digo, quase com lágrimas nos olhos.


– Que bom que você gostou, porque eu acabei de inventar tudo só olhando para você.


Ele diz e vira tela do celular para mim, realmente está em branco.


Uma energia diferente se apossa de mim e eu me levanto, percorrendo o espaço mínimo entre as nossas espreguiçadeiras, e me sento no colo dele, de frente, uma perna para cada lado, meus pés descalços contra o chão frio e abrasivo. Nos olhamos por alguns segundos, acho que eu nunca estive tão molhada em toda minha vida, consigo ouvir os batimentos do coração de Beto. Ele agarra minha cintura com uma mão e com a outra meu cabelo, me puxando para um beijo lento e sensual. Sinto o gosto da cerveja em sua boca fria, ele morde meu lábio inferior e eu arranho as costas dele, puxando a blusa para cima. Acariciando minhas costas enquanto me beija, Beto abre meu sutiã, eu me aproveito da situação para tirá-lo junto com a blusa. Beto devora meus seios com os olhos, eu chego a fazer menção de cobri-los, porque sempre tive vergonha de eles serem tão pequenos, mas Beto percebe minha intenção e intercepta meus braços no meio do caminho.


– Por favor! Você é linda... eu quero te ver.


Beto bota meu seio esquerdo todo na boca, a surpresa me faz fechar os olhos e ter pequenos espasmos de prazer enquanto ele suga e circula meu mamilo com a língua. A essa altura, minha saia é apenas uma faixa de tecido ao redor cintura, então, levanto e me livro dela. Antes que eu volte a me sentar, Beto faz um gesto com o dedo indicador para que eu me vire, uma vez de costas para ele, sinto minha calcinha ser retirada de maneira gentil, ele faz questão de arrastar os dedos livres pelo meu corpo enquanto retira minha última peça de roupa e isso me faz ter arrepios de prazer. Quando estou completamente nua, ele dá um beijo molhado na bunda e uma mordida bem na curvinha da nádega direita, fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.


Beto me gira para que eu fique de frente para ele, enfio meus dedos por entre seus cabelos cacheados e faço um carinho breve em sua cabeça, ele ri e me puxa pelas coxas, até estar a milímetros da entrada molhada do meu corpo. Antes que eu tenha tempo de processar o que está acontecendo, Beto encaixa a cabeça entre as minhas pernas, ele tira a mão esquerda da minha coxa e usa para me abrir e expor meu sexo ao escrutínio de sua língua, me fazendo vacilar nas pernas.


–Beto, por favor. Eu não tenho forças para gozar em pé.


Ele para, me pega no colo e me deita sobre a espreguiçadeira. Abro as pernas e sinto a pressão prazerosa quando ele entra em mim. Beto está de frente, segurando minhas pernas no alto e movimentando o quadril para dentro e fora de mim. Não quebramos o contato visual nem mesmo por um segundo, mas não parece ser suficiente, eu quero mais. Beto para, me puxa pela mão para que eu me levante e se deita na espreguiçadeira, ele parece selvagem e, olhando bem fundo nos meus olhos, pede com firmeza:


– Cavalga...


Eu solto um sorriso obsceno e me sento sobre ele, recebendo-o por inteiro dentro de mim. Apoiando os pés no chão áspero do deck da piscina, eu me movimento para cima e para baixo, quicando nele.


–Me fod* fundo...


Beto solta um grunhido ao som dessas palavras, segurando a minha cintura, ele começa a se mover para cima e aumenta o ritmo. Eu gozo com força, meu sexo contrai e relaxa ao redor do dele, que se derrama em jatos dentro de mim. Beto se deita ao meu lado, no espacinho apertado da espreguiçadeira e beija meu pescoço, eu rio por conta das cócegas que a barba dele faz contra a minha pele. Ele parece estar se divertindo.


– Helen, você sabe nadar?


Pergunta com a voz cansada.


– Sei, sim.


Ele me pega no colo e entramos na piscina abraçados. Depois de algum tempo, Beto senta na borda e eu percebo que está duro novamente, sinto minha boca encher de água com o desejo por ele, então, nado até lá, tomo sua ereção inteira dentro da minha boca e solto um gemido no fundo da garganta, em apreciação pura e carnal pelo gosto dele. Com prazer, eu vou juntar todas as peças do quebra-cabeças da alma desse poeta, ênfase no PRAZER.

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Foto: reprodução/ Pinterest. Disponível em: <https://pin.it/2tdM6Gt>

 
 
 

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