Resenha (+18)
- piluladepoesia
- 2 de jul. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 11 de mar. de 2021
Nós nos esbarramos na saída do restaurante universitário, eu tinha acabado de almoçar e não teria mais nenhuma aula naquele dia, era minha folga. Depois de escovar os dentes, saí apressada do banheiro e dei um encontrão em Felipe, tivemos algumas aulas juntos naquele semestre, então rimos um para o outro. Sua presença me deixava nervosa, meu corpo era atraído por ele. Sempre educado, ele me perguntou onde eu estava indo:
– Vou caminhar até o ponto de ônibus e pegar a condução para casa, não vim de carro hoje porque queria ler um pouco no trajeto.
Ele sorriu e ofereceu:
– Eu posso te dar uma carona até lá.
Aceitei, gosto de passar tempo com ele, embora tenhamos conversado pouco desde que nos conhecemos na aula de literatura inglesa. Conversamos por todo o curto trajeto do restaurante até o ponto de ônibus, há um pequeno recuo na parte de trás desse ponto, um espaço que as pessoas usam para estacionar carros, foi lá que Felipe parou para que eu descesse. Nós dois hesitamos, buscando sempre um novo comentário frívolo que alongasse um pouco mais a conversa para que não tivéssemos que nos despedir. De repente, um brilho diferente perpassou os olhos dele.
– Você já escreveu a resenha sobre Orgulho e Preconceito? Eu realmente gosto livros da Jane Austen, mas não consegui escrever nada ainda e a data de entrega é em duas semanas.
– Eu já terminei, posso te dar uma ajuda se você precisar.
– Seria incrível, você está livre agora?
– Sim, hoje é meu dia de folga.
Um sorriso quase maléfico se acendeu nos lábios dele, revelando doces covinhas em suas bochechas, senti meu sangue rapidamente subir para o rosto, deixando minha pele quente e corada. Dirigimos por cerca de vinte minutos até onde ele morava e conversamos animadamente durante todo o trajeto da garagem até a porta do apartamento, uma vez lá dentro, Felipe foi buscar o notebook para me mostrar as anotações que já tinha para iniciar sua resenha enquanto eu me acomodava no sofá de veludo. Conversamos por cerca de meia hora sobre o incrível senso de humor de Elizabeth e todas as trapalhadas da família Bennet no livro e, lá pelas tantas, nossos olhos se cruzaram, foi um conexão intensa como eu jamais senti na vida, percebi que minha respiração se tornou mais pesada conforme a umidade ia se acumulando por entre as minhas pernas. Felipe umedeceu o lábio inferior e se aproximou mais de mim, o notebook que ele apoiava sobre as coxas pendeu um pouco, então ele o acomodou sobre o rack da sala e voltou a se sentar bem perto de mim. Agora eu podia sentir o cheiro de menta da pasta de dente no hálito dele e isso me excitava.
Senti os dedos dele se entrelaçando nos meus cabelos, suavemente, como um cafuné. Ele me puxou até que nossas bocas estivessem a milímetros uma da outra, então, tomei a iniciativa e o beijei. A barba por fazer fazia cócegas, arranhando meu rosto e seus lábios eram carnudos e suaves como pétalas de flor, ele exalava um cheiro doce e fresco de banho recém-tomado. O beijo se intensificou e ficou mais faminto, eu o senti me puxar para o seu colo. Nos tornamos um emaranhado de mãos que se misturavam e embaralhavam sob uma sinfonia de gemidos de apreciação. Senti um pouco de frio quando ele retirou minha blusa e sutiã, mas meus mamilos não ficaram expostos por muito tempo: Felipe se apoderou do seio esquerdo com a boca, fazendo movimentos suaves e ávidos com a língua, ele sugava e me olhava nos olhos enquanto o fazia, sempre com um sorriso no rosto. Eu o abracei com força, sentindo as batidas aceleradas do seu coração. Com a ponta dos dedos, tracejei uma tatuagem que ele tinha no braço, sentindo todo seu corpo se arrepiar com aquele gesto.
De súbito, ele me pegou no colo e foi em direção ao quarto, carregando meu corpo com facilidade e me beijando com paixão. Uma vez no quarto, me largou na cama com uma gargalhada. Levantei rapidamente e, me pondo de joelhos sobre o colchão, puxei-o pelo braço até que se juntasse a mim na cama. Quando ele se deitou, eu me coloquei sobre seu corpo, minha nudez na dele, o calor nos nossos sexos em contato. Me esfreguei nele, usando a lubrificação como condutor, sentindo prazer na fricção da ereção contra o meu clitóris. Lavando os lábios ao pescoço dele, comecei uma lenta e delicada tortura com beijos, descendo por seu peito e barriga. Com uma mordida na virilha, acusei a minha intenção e o gemido de antecipação só não foi mais alto do que aquele que ele deu quando eu o tomei na boca. Massageando com a língua, sugando com avidez, subindo e descendo com meus lábios. Ele se cansou de ser provocado e decidiu virar o jogo, me segurando pelos cabelos, fez com que eu subisse até o nível dos seus lábios e me deu um beijo suave, mas não parou, continuou empurrando meu corpo até que meus quadris estivessem emparelhados com o rosto dele.
PUTA QUE PARIU. Ele começou a me acariciar com a língua, estimulando o clitóris para frente e para trás, consumindo todo o néctar que escorria de mim, introduzindo a língua na fenda. Senti as pernas tremerem e falharem, então me agarrei à cabeceira da cama enquanto o orgasmo me consumia. Ele deve ter saído debaixo de mim sem que eu percebesse, porque a próxima coisa que eu noto é seu corpo grande pairando sobre mim. Ele agarrou meu cabelo e me penetrou por trás, deslizando nos fluídos do meu orgasmo, alcançando o fundo e se retirando todo de mim só para repetir o processo. Fez isso mais algumas vezes, até que meus gemidos se tornaram suplicantes, só ai ele começou se mexer de verdade. Senti Felipe me preencher por completo, ele fazia movimentos de vai e vem com o quadril enquanto brincava com meu clitóris com a mão direita. Eu ainda estava agarrada à cabeceira e tudo que consegui fazer foi absorver o prazer, ele sentiu meu corpo se acelerando e segurou minha cintura para que eu tivesse apoio enquanto gozava. Eu espasmei em volta dele, ordenhando seu membro, suada e completamente entregue ao prazer, ele continuou com as estocadas mesmo depois de eu chegar ao clímax.
Senti que Felipe começa a pulsar dentro de mim e soube que ele também estava perto, com um movimento rápido, soltei a cabeceira e me coloquei de frente para ele, ele entendeu o que eu pretendia quando fiz um coque rápido no cabelo. Acariciando seu membro, ele me olhou nos olhos quando derramou seu prazer na minha boca: quente e espesso, ele tinha um gosto bom e me olhava com verdadeira adoração quando engoli tudo.
Deitamo-nos na cama, abraçados e suados, sentindo as batidas enlouquecidas do coração um do outro, nossas respirações sincronizadas. Ele me beijou suavemente no ombro e começou a me fazer um cafuné, ficamos assim por muito tempo, flutuando numa nuvem de prazer, simplesmente apreciando a companhia um do outro.

Arte: Alicia Rihko. Reprodução / Pinterest. Disponível em: <https://www.aliciarihko.com/collections/hhhh/products/alicia-rihko-lovers>
Comentarios