Saudade se mata no sofá (+18)
- piluladepoesia
- 25 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Eu estava deitada no sofá com um velho e confortável pijama de flanela, explorando o universo shakespeariano de A megera domada em uma leitura muito prazerosa. De repente, um barulho familiar: a porta da frente estava sendo aberta. Olhei para o relógio na parede à minha frente e constatei que já eram 21h, o dia no escritório deve ter sido bem puxado. Victor adentrou na sala com a mochila nas costas e cara de cansado, afrouxando a gravata azul do pescoço. Dei boa noite, ele sorriu, me deu um beijo rápido e seguiu para o banheiro para tomar um banho. Alguns minutos se passaram e, mesmo absorta na leitura como estava, eu não pude deixar de notar o vapor perfumado que se espalhou pelo apartamento quando ele deixou o banheiro. Gotas de água cristalina cintilavam e escorriam por toda extensão do peito e do abdome, o cabelo estava molhado e ele trazia a toalha presa na cintura. Era uma bela visão.
Ele sorriu para mim de um jeito diferente, parecia selvagem, parecia me exigir alguma coisa. Ao se aproximar, tomou o livro da minha mão e me deu um beijo muito diferente do que tinha me dado mais cedo. Ele invadiu a minha boca com a sua língua, se insinuando para dentro com necessidade, pedindo, implorando. Seus dentes se prenderam ao meu lábio inferior e ele traçou os contornos do meu corpo com a mão: garganta, seios, quadril. Seus lábios foram copiando o percurso das mãos, ele me beijou o pescoço, o colo, o vale entre os seios. Abaixou a blusa do meu pijama e começou a sugar meu mamilo esquerdo enquanto torcia o direito entre o indicador e o polegar.
– Vamos tirar essa roupa?
Disse enquanto arrancava meu pijama, puxando por cima da cabeça. Ele continuou a me beijar pela barriga, até alcançar os limites dos shorts, que foram devidamente despidos e descartados no chão junto com a minha calcinha.
– Você tem um corpo lindo, sabia?
Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, senti sua língua enterrar-se no ápice das minhas coxas. Fazendo círculos ao redor do meu clitóris, ele sugava e lambia o prazer para fora de mim. Sua língua me torturava. Ele circulava, empurrava para baixo e brincava com os dedos. Era intenso, seria um senhor orgasmo. Mesmo depois que gozei, ele continuou com sua tortura sensual, só parou após perceber que meu corpo tinha parado de ter espasmos enlouquecidos e que eu ofegava pesadamente.
– Você tem um gosto tão bom. Pensei em você o dia inteiro hoje, foi um dia difícil e eu só queria chegar a casa e me perder em você.
Ele me dá um beijo delicado na barriga e se levanta rapidamente para cravar os dentes na minha orelha. Eu o empurro no sofá e arranco-lhe a toalha do corpo, ele está pronto, duro e palpitante, é uma delícia de ver. Beijo o seu pescoço, bebendo as gotas de água do banho que ainda escorrem de seu cabelo molhado. Victor solta um grunhido animalesco e eu rapidamente me ajoelho a sua frente. Ele parece desesperado, seus olhos estão suplicantes. Detenho-me por um tempo para olhá-lo: está pulsando, duro como pedra e deve estar tão delicioso como sempre, então não resisto à compulsão de tomá-lo na boca. Sugo com vontade, colocando impulso para baixo e paro algumas vezes para circular a língua ao redor, ele geme, fala coisas sem sentido, parece perdido, está perdido e eu não vou ser misericordiosa. Quando ele chega ao orgasmo, faço questão de engolir cada gota de prazer, lambo os lábios e me levanto para olhá-lo nos olhos.
Victor está transpirando desejo, sinto sua necessidade em ondas de calor que penetram minha pele. Ele agarra meus cabelos com força e me faz virar de costas, apoio as mãos no encosto do sofá e ele me penetra de supetão. Rápido, forte e fundo. Os pelos de seu peito atritam contra as minhas costas, é suave e provocante. Sinto sua pele sobre a minha, seu cheiro: sabonete, sexo e lascívia misturados. Ele vai fundo, colocando-se dentro de mim com ímpeto e necessidade. É o paraíso. Eu me rendo às suas estocadas e meu corpo amolece e umedece mais ainda, quando eu grito em meu clímax, ele me acompanha pulsando dentro de mim e falando profanidades, adoro quando chegamos lá juntos. Quando acaba, de alguma forma ele me beija no pescoço e sinto seus lábios formando um sorriso sobre a minha pele sensível.
– Eu amo você. Eu amo comer você.
Deitamos apertados no sofá e nos beijamos. Maliciosamente, ele esfrega sua ereção renovada nas minhas costas... que os jogos recomecem.

Imagem: reprodução / Pinterest. Disponível em: <https://pin.it/15iCUTA>
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