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Uma cama e um ar-condicionado (+18)

  • piluladepoesia
  • 15 de out. de 2020
  • 4 min de leitura

O gosto do sorvete de mais cedo ainda estava na minha boca. Chegamos ao hotel de maneira tímida, quase como dois delinquentes na calada da noite, respirando fundo para tentar conter um desejo enorme, para resistir mais um pouco até que pudéssemos nos entregar de corpo e alma ao prazer. A fechadura da porta do quarto se abriu com um ruído característico e uma lufada de ar refrescante se apoderou de nós, o ar-condicionado já estava ligado. Eu senti as mãos de Pedro enlaçarem minha cintura, jogando meu cabelo um pouco para o lado, ele me beijou o pescoço suavemente. Subimos as escadas do quarto como um emaranhado de braços, pernas e suspiros, quase caímos algumas vezes, mas valia a pena para não interromper o contato entre nossos corpos. Corri até o banheiro para me refrescar e joguei um pouco de água no rosto. Fechei os olhos por alguns segundos, quando os abri novamente, Pedro estava atrás de mim, sem as roupas, sorrindo e me abraçando. Nossos olhos se encontraram no espelho, meu castanho impenetrável contra o dele, nos estudamos por alguns segundos e sorrimos. Ele beijou o topo da minha cabeça e, em seguida, o pescoço, então, delicadamente, tirou cada uma das minhas peças de roupa como quem abre um presente: meticulosa e animadamente. Quando ficamos ambos nus, ele me abraçou de novo. A sensação de nossas peles nuas se encostando desencadeou um calafrio gostoso que me arrepiou todos os pelos. Com o queixo gentilmente apoiado no topo da minha cabeça, Pedro olhou para o espelho mais uma vez.


– Nós ficamos lindos juntos...


A frase tinha um tom carinhoso, mas os olhos dele não, suas íris escuras perscrutavam a minha nudez com fome e desejo. Virei de frente e encarei Pedro por alguns segundos, respiramos em sincronia até que ele baixou o rosto e tomou meus lábios nos dele. Esse beijo não teve tempo de ser carinhoso, já nasceu necessitado, com nossas línguas brincando uma com a outra, declarando nossa volúpia animal. Parei próximo à mesa do quarto, empurrando Pedro contra ela para ter apoio e me ajoelhei. Antes que ele pudesse ter a chance de perceber o que estava acontecendo, eu já o tinha na garganta. Pedro se recostou contra a mesa e segurou meus cabelos, fazendo uma corda com eles ao redor da mão, ele acompanhava os movimentos de descida e subida da minha cabeça, gemendo e soltando grunhidos desesperados. De súbito, o aperto no meu cabelo se intensifica e sinto-me ser puxada para cima.


–Eu ainda não tinha acabado...

–A noite só está começando...


Disse Pedro me puxando para a cama. Caímos no colchão juntos, aos beijos, meu corpo sobre o dele, rindo sem jamais permitir que nossas bocas se separassem. O cheiro dele era inebriante e sua pele quente se fundia à minha. Pedro parou de me beijar e se posicionou entre as minhas pernas, ele parecia selvagem quando se abaixou para me tomar na boca. Ele me chupou com vontade, soltando grunhidos de apreciação e estalando a boca contra meu s*x0 molhado. Pedro inseriu o dedo do meio em mim e usou o indicador e o anelar para estimular a vulva, depois, abaixando-se, ele fez movimentos circulares sobre o meu cl!tór!s com o polegar da outra mão. Eu g0z*i em uma explosão de prazer como nenhuma outra que já tenha sentido na vida. Enquanto ainda estava respirando pesadamente, senti o corpo de Pedro pairar sobre o meu, ele passou a mão esquerda na entrada da minha b0cet@ molhada e colheu um pouco de lubrificação, pareceu satisfeito com isso e meteu em mim de supetão. De frente, suspendendo minhas pernas em seus ombros, ele me penetrou profundamente e com força, seu polegar circulando meu cl!tór!s enquanto o quadril fazia um movimento de vai e vem frenético. Eu g0z*i de novo, mordendo minha própria mão para ser capaz de aguentar a intensidade do prazer.


Depois do meu orgasmo devastador, Pedro se sentou na cama com um sorriso bobo que só me deixou com mais tesão. Subi em cima dele e comecei a cavalgar, ele parecia surpreso e feliz. Segurei seus cabelos com força e continuei a subir e descer, ele agarrou a minha cintura e começou a guiar, me fazendo descer com mais força. Quando ele cansou, comecei a rebolar em seu colo, para frente e para trás, buscando atrito entre meu cl!tór!s e o corpo dele. Pedro gemeu e eu o senti tremer dentro de mim. Rapidamente, saí de cima dele e me ajoelhei ao pé da cama, ele imediatamente entendeu a intenção e começou se m@sturb@r, mirando na minha boca. Não demorou muito até que eu sentisse o sabor masculino dele na língua. Engoli de maneira quase teatral, para que ele visse o quanto aquilo me excitava. Pedro me levantou e passou o polegar direito sobre meus lábios ainda lustrosos, ele me deu um beijo suave e me levou para junto dele na cama. Sentei-me sobre ele, olhando-o fundo nos olhos e desenhando os contornos de seu rosto com a ponta do dedo, ele riu e endureceu novamente. Quente, o p@u dele cresceu contra a minha bunda e eu soltei um gemido. Nossos olhos se encontraram e ele apontou para o espelho no teto, queria assistir. Com um beijo faminto, amarrei meus cabelos num coque e me inclinei sobre ele. A noite estava apenas começando.


Enfiada no conforto dos lençóis e amparada na segurança dos braços dele, percebi que os romances de cinema e livros não foram capazes de me iludir, eles eram insípidos quando comparados à realidade desse tesão de amor que nós temos, o nosso conto de fadas, concluí excitada, é uma cama e um ar-condicionado.

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Foto: reprodução / Pinterest. Disponível em: <https://pin.it/4M2bF3A>

 
 
 

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